sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Crônicas - Barulho no Metrô

Na Europa, a maioria das pessoas fala baixinho, e penso então que estas pessoas ficariam bem surpresas se vissem um restaurante daqui no domingo. Quem o diz é a minha professora de francês, que passou pelo continente nas férias de julho, aqui 2ºC (35.6ºF), lá 32ºC (89.6ºF).

Ela estava no metrô, um silêncio total, pois a viagem era demorada. No entanto, duas garotas francesas estavam falando em um tom de voz normal para o Brasil, mas que para a França era quase como um berro. Uma delas contava à outra sobre uma viagem em que pagou um mico caindo no chão ou algo do tipo. A que narrava a história fazia intervalos para rir e retomar o fôlego. A outra ria sem parar da comédia da amiga.
Então um homem, com um gato agitadíssimo em uma gaiola, se mexendo o tempo todo dentro da caixa, começou a perder a paciência. Na Europa, podemos levar nossos pets para qualquer lugar: farmácia, locadora... O homem estava ficando bravo gradualmente, e depois de uns cinco minutos ele falou, ríspido:
-Shh! Silêncio! Vocês estão incomodando todo o metrô!
Até aí, tudo bem. Mas, ainda sério e com o baixo volume de voz, prosseguiu, incomodado:
-Meu gato quer dormir!
Nessa hora, a minha professora teve um ataque de riso e não conseguia se controlar. Ela pôs o echarpe sobre a boca para tentar disfarçar. As meninas também começaram a cochichar e rir, bem baixinho.
O homem sentou-se novamente no seu lado do trem, falou com o gato para acalmá-lo.
E o gato dormiu.

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